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TRADUÇÕES

MARGENS DA NOITE: POEMAS DE
ION BARBU (2020; 2024)

Ion Barbu foi o pseudônimo literário do romeno Dan Barbilian (1895 – 1961), cuja obra, vertida tanto em volumes de poesia quanto em complexas teorias matemáticas (Barbilian foi o responsável pela formulação dos célebres espaços barbilianos, fato que lhe granjeou um reconhecimento póstumo pela comunidade matemática internacional), se constitui como um dos grandes vértices da literatura e do pensamento romenos de todos os tempos, com apelo verdadeiramente universal. Basta notar sua tremenda poesia: um virtuose da palavra e da ideia, Ion Barbu elabora metáforas de alta volatilidade poética, tecendo imagens sobre imagens, em atmosferas de estranha delicadeza e beleza terrífica. Com curadoria e tradução conduzidas por Marco Lucchesi, Margens da Noite: poemas de Ion Barbu contém ainda ilustrações de Kinga Subicka, bem como um primoroso ensaio do poeta e crítico romeno George Popescu, sobre a profundidade e as filiações da lírica de Ion Barbu diante da poesia europeia de seu tempo. 2ª edição da obra em e-book, publicada em 2024 pela Átopos Editorial (São Paulo). 1ª edição impressa, de 2020, pela ed. Patuá (São Paulo). 

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BABEL (2023)

Tozan Alkan (nascido em 1963) é um dos poetas mais importantes da poesia turca contemporânea. Com atuação transfronteiriça, traduziu obras de nomes como Baudelaire, William Blake, Emily Dickinson, Garcia Lorca, Victor Hugo, Antonio Machado, dentre outros, para o turco, diretamente das línguas de origem. Esta pluralidade tão evocativa, por sua vez, serve de ponto de entrada para a tradução que Marco Lucchesi realiza dos poemas de autoria de Alkan. Babel é portanto uma saudação marcada pela afinidade eletiva entre dois poetas tradutores: um gesto de amizade e uma importante contribuição à recepção da poesia contemporânea internacional no Brasil - através das inquietas e brilhantes realizações de Marco Lucchesi. O livro é publicado pela Editora Attar, em edição bilíngue (português / turco).

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CADERNO AZUL (2023)

Yunus Emre (1238 - 1328) foi um dos mais importantes poetas místicos sufis da Turquia, com uma influência incomparável sobre a literatura e a cultura turcas, de seu próprio tempo até a atualidade. Suas poesias trazem o arrebatamento peculiar da tradição sufi, com sua "mística ébria" motivada e centralizada em uma reflexão sobre a natureza divina e transbordante do amor e do Amado. Por sua vez, em Caderno Azul, a tradução da poesia de Yunus Emre, realizada por Marco Lucchesi, possui notável percurso próprio: foi construída em dois tempos, em 1999 e entre 2017/2022, de modo que Lucchesi a apresenta como dois devires da língua que, em vertigem, convergem a riqueza poética de Yunus Emre para o português. O resultado é digno de um "entusiasmo ébrio", ponte de beleza entre-línguas, entre-tempos, entre-poesia: "Aquele que me segue não tem tempo/ Porque me enamorei da eternidade". O volume, bilíngue, conta com ensaios de Faustino Teixeira e do próprio Marco Lucchesi, em turco e em português.

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PRELÚDIO (2021)

Mohammed Iqbal (1877-1938) viveu onde hoje é o Paquistão. Foi um dos maiores poetas de seu país, em língua persa e em urdu, com livros aclamados tanto por público quanto por crítica. Cognominado como “Allama” (título honorífico islã, denotando uma pessoa de grande saber; “instruído”), além de poeta, Iqbal foi também filósofo, ensaísta, político e advogado. Prelúdio é o título da antologia poética de Iqbal, especialmente preparada por Marco Lucchesi para a apresentação de sua poesia ao leitor brasileiro. Todos os poemas reunidos foram traduzidos para o português diretamente da língua persa; a obra compreende trinta breves quartetos, retirados da coletânea Kullyat-e-Iqbal: Farsi (1994). Segundo o próprio Marco Lucchesi, “Mohammed Iqbal é o poeta do aberto, o poeta das esferas, no espaço da transição, de uma zona franca, além de fortes e fronteiras”. E mais além, o poeta e tradutor registra: “A poesia clássica persa é um condensado de beleza, em língua delicada: antiga e jovem, intensa e maleável. Seu timbre não esconde uma sublime vocação. Atenta às formas transitórias. Habitada por nuances. Herdeira de semitons.”

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TEOLOGIA MÍSTICA (2021)

O fascinante tratado de Pseudo-Dionísio Aeropagita é uma das obras mais importantes da mística cristã medieval. Sua teologia negativa, apofática, bem como sua arquitetura do celeste em convergências de permanente lonjura, influenciaram tanto filósofos da estatura de São Tomás de Aquino quanto poetas como Dante Alighieri. Muito justamente, foi por ocasião de seus estudos sobre a Divina Comédia que Marco Lucchesi, originalmente, realizou a tradução do texto de Pseudo-Dionísio, com a Teologia Mística sendo publicada pela primeira vez como parte integrante da obra ensaística A Paixão do Infinito (1994). Posteriormente, o tratado foi sucessivamente republicado junto da primeira e segunda edições do definitivo e elogiado ensaio de M. Lucchesi, Nove Cartas Sobre a Divina Comédia (2013; 2021). Agora, com a presente publicação de Teologia Mística (2021) pela Mauad X, a tradução de Marco Lucchesi para Pseudo-Dionísio Aeropagita se torna disponível para o leitor e a leitora como obra única, em versão bilíngue para grego e português.

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MORADAS (2017)

A vertiginosa sensibilidade de Angelus Silesius (1624 – 1677) prefigura sua vocação mística, extensa ao longo de seus fascinantes poemas, vertidos ao português com a curadoria e primorosa tradução de Marco Lucchesi. De tal maneira, brilham os trinta e seis dísticos presentes em Moradas, delicadamente selecionados, por sua vez, dentre os mil seiscentos e setenta e seis dísticos originários, constantes dos seis livros de O Peregrino Querubínico (Der Cherbinische Wandersmann, 1657). Além da tradução de Marco Lucchesi e de suas notas elucidativas acerca da poética de Silesius, a presente edição aduz um ensaio de Faustino Teixeira e ilustrações de Lucas Mariano inspiradas a partir das gravuras e ilustrações de Friedrich Bernhard Werner (1690 – 1776) – ilustrador e gravurista quase contemporâneo de Angelus Silesius, e que retratou extensa e exaustivamente as diversas “moradas” de sua época e região.

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A FLAUTA E A LUA: POEMAS DE RÛMÎ
(2016; 2021)

A Flauta e a Lua: Poemas de Rûmî reúne as elogiadas contribuições de Marco Lucchesi à tradução da poesia de Jalâl ad-Dîn Rûmî (1207 – 1273), previamente constantes em A Sombra do Amado: Poemas de Rûmî (2000), obra vencedora do Prêmio Jabuti de Tradução em 2001, e em O Canto da Unidade: em torno da poética de Rûmî (2007), finalista na mesma categoria, em 2008. Enriquecida com ensaios de Faustino Teixeira e Leonardo Boff, a luxuosa edição da Bazar do Tempo traz ainda fotografias do italiano Riccardo Zipoli, ambientando a beleza dos versos do grande poeta sufi, e resgata o fascinante “Diário de um Tradutor”, originalmente publicado em O Canto da Unidade – trata-se de um relato em primeira pessoa do próprio Marco Lucchesi, redigido a partir de seu aprendizado da língua persa e de seus mergulhos intensos na poética de Rûmî. Por tudo isto, A Flauta e a Lua: poemas de Rûmî se apresenta como a mais completa e importante antologia acerca da poesia de Jalâl ad-Dîn Rûmî já publicada no Brasil.

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CALIGRAFIA SILENCIOSA (2015)

Caligrafia Silenciosa é uma antologia da distinta poesia de George Popescu, importante poeta, crítico e tradutor romeno. Com curadoria e tradução de Marco Lucchesi, Caligrafia Silenciosa – publicada em edição bilíngue, em romeno e em português, e com prefácio especialmente redigido ao leitor brasileiro pelo próprio George Popescu – é parte integrante da coleção “Espelho do Mundo”, dirigida por M. Lucchesi a convite da Editora Rocco e dedicada a fomentar a experiência da poesia em jovens leitores. Nas pungentes palavras do próprio G. Popescu, “a poesia destrói a ilusória escala de valores ditados pela moda, inverte o perigoso jogo de dados e assume apenas um único risco: um halo por meio do qual a luz da Palavra é filtrada, quando esta se encarna dentro de um verso que tangencia o divino”.

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EUCLIDIANAS (2014)

A tradução de Euclidianas permite a Lucchesi aliar duas paixões por intermédio da translação entre línguas: poesia e matemática. Eugene Guillevic (1907-1997) - ou melhor, simplesmente Guilevic, como assinou ou muitos livros que publicou - formou-se em matemática e cedo começou uma carreira proeminente no ministério das finanças francês. No mais das vezes, porém, Guillevic e lembrado por outra faceta sua, a de incansável artesão da palavra. Neste livro, o poeta se reconcilia com o geométrica: e assim surge um inteligente e bem-humorado experimento, que contrapõe a fria ciência dos bancos escolares a alternativa de uma geometria humanizada. Ganham voz os planos, linhas e figuras, e poeticamente discorrem de suas alegrias, suas angustias, suas singularidades. 

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EU E A RÚSSIA (2014) 

A importância de Velimir Khliébnikov (1885-1922) para a poesia russa – e mundial – é inequívoca; assim o afirma Roman Jakobson, que o considerava como o maior poeta do século XX. Traduzido por Marco Lucchesi pela primeira vez em 1993, em edição esgotada, os poemas inventivos e atravessadores de Khliébnikov constelam-se em Eu e a Rússia, publicado pela Editora Bem-Te-Vi em primorosa edição. Com ilustrações de Rita Solieri, elaboradas a partir do rico universo pictórico de Khliébnikov, a obra ainda oferece ao seu leitor um ensaio de autoria do próprio M. Lucchesi acerca dos meandros da arte da tradução, o que se faz imprescindível em face de um poeta tantas vezes tido como “intraduzível’. Mas em tais alturas, há grandes conquistas: “o que espanta em Khliébnikov é a sua grande erudição (...) ao estudar a teoria do espaço em Lobachévski, a filologia e a história das línguas eslavas, botânica e geografia, buscando infundir em sua poesia o calor da unidade.” – Marco Lucchesi.

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TEOLOGIA MÍSTICA (2005)

O fascinante tratado de Pseudo-Dionísio Aeropagita é uma das obras mais importantes da mística cristã medieval. Sua teologia negativa, apofática, bem como sua arquitetura do celeste em convergências de permanente lonjura, influenciaram tanto filósofos da estatura de São Tomás de Aquino quanto poetas como Dante Alighieri. Muito justamente, foi por ocasião de seus estudos sobre a Divina Comédia que Marco Lucchesi, originalmente, realizou a tradução do texto de Pseudo-Dionísio, com a Teologia Mística sendo publicada pela primeira vez como parte integrante da obra ensaística A Paixão do Infinito (1994). Posteriormente, o tratado foi sucessivamente republicado junto da primeira e segunda edições do definitivo e elogiado ensaio de M. Lucchesi, Nove Cartas Sobre a Divina Comédia (2013; 2021). Como volume único, a Teologia Mística foi reeditada em 2021 pela editora Mauad X.

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DOUTOR JIVAGO (VERSOS) (2002)

Marco Lucchesi assina a tradução dos versos escritos por Iúri Adréievitch Jivago, o protagonista do épico romance de Boris Pasternak, Doutor Jivago. A tradução do romance em si ficou a cargo de Zóia Prestes. Em Doutor Jivago, Boris Pasternak narra as complexidades humanas e políticas da Revolução Russa, testemunhada através da história de seu personagem-título, um médico e poeta em constante esforço de se colocar em consonância com os eventos de seu tempo. Doutor Jivago foi publicado originalmente na Itália, em 1957; na União Soviética, sua publicação somente foi permitida em 1987, vinte e sete anos após a morte de seu autor.

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BAUDOLINO (2001)

Segundo romance de Umberto Eco a receber tradução de Marco Lucchesi – o primeiro tendo sido A Ilha do Dia Anterior (1995) –, Baudolino se passa no período entre 1152 e 1204, começando sua narrativa com a ascensão ao trono de Barbarossa, então imperador romano-germânico, e terminando com a conquista de Constantinopla pela temida ordem dos cavaleiros templários. A trama é protagonizada pelo personagem-título, Baudolino – um adolescente criativo e mentiroso – e por Niceta Coniate, personagem inspirado em um historiador e orador que viveu na corte de Constantinopla. A história retrocede, enquanto Baudolino conta a Niceta suas aventuras e desventuras, misturando fantasia e realidade sob o tempero de inúmeras situações cômicas. Baudolino foi finalista do Prêmio Jabuti de Tradução em 2002.

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PEQUENA ANTOLOGIA AMOROSA (2000)

Juan de la Cruz (1542 – 1591) é inegavelmente um dos maiores poetas místicos de todos os tempos; poemas como o Cântico Espiritual impressionam pela intensidade de sua delicadeza e pelo brilhante lirismo – uma alma embriagada com o tenebroso esplendor do divino. A poesia de Juan de la Cruz foi originalmente publicada, com tradução de Marco Lucchesi, na antologia Faces da Utopia (1992), onde também se encontram poemas traduzidos de Francisco Quevedo, Georg Trakl e Friedrich Hölderlin. Pequena Antologia Amorosa, portanto, destaca em publicação autônoma a obra de Juan de la Cruz sob as lentes de M. Lucchesi pela primeira vez, em edição revista pelo próprio poeta e tradutor.

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A SOMBRA DO AMADO: POEMAS DE RÛMÎ (2000)

A poesia de Jalâl ad-Dîn Rûmî (1207 – 1273) se estabeleceu ao longo dos séculos como um dos pontos mais altos da literatura de todos os tempos, tamanho o esplendor da mística beleza de seus versos, perenemente amorosa. Ademais, que seus poemas tenham encantado leitores tanto ocidentais quanto orientais constitui, em si mesmo, um exemplo da extraordinária convergência cultural possibilitada, talvez unicamente, pela fruição do poético. Pois justamente com o intuito de contribuir para a divulgação da obra de Rûmî junto aos leitores brasileiros, a Editora Fissus publicou A Sombra do Amado: Poemas de Rûmî, com tradução de Marco Lucchesi e Luciana Persice; posteriormente, o volume foi integrado na definitiva antologia A Flauta e a Lua: Poemas de Rûmî (ed. Bazar do Tempo, 2016), também com organização de Marco Lucchesi. A Sombra do Amado: Poemas de Rûmî foi ganhou o Prêmio Jabuti de Tradução em 2001.

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PRESTO CON FUOCO (1999)

Elogiado romance de estreia do escritor italiano Roberto Cotroneo, Presto con Fuoco foi publicado originalmente em 1995, na Itália. Seu título é uma alusão à homônima notação musical em partitura, indicando ao músico a necessidade de uma interpretação engajada, veloz e apaixonada (rápido e com paixão). Por sua vez, a narrativa tem por protagonista um pianista de carreira, que nos relata um misterioso episódio de sua vida: no ano de 1978, em Paris, o narrador foi abordado por um misterioso russo que afirmara possuir um manuscrito desconhecido da Quarta Balada de Chopin; seria uma variante criada para uma jovem mulher, paixão secreta do compositor. Deste momento em diante, a narrativa volta a 1849, ano da morte do compositor, e segue a trajetória do manuscrito até a Moscou de Stalin, no final da década de 1940, em um trama repleta de suspense e invenção.

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A CIÊNCIA NOVA (1999)

A premiada tradução de Marco Lucchesi para A Ciência Nova, de Giambattista Vico (originalmente publicada em 1725, embora com uma primeira grande revisão em 1730 e uma segunda revisão, postumamente editada, em 1744), demonstra a importância e a vitalidade impressionantes desta extraordinária obra. Segundo consta, a Ciência Nova começou a ser elaborada por G. Vico como parte de um tratado dedicado a uma reflexão acerca dos ditos direitos universais; no decurso do trabalho, no entanto, o escopo do filósofo alcançou um diâmetro vertiginoso, abrangendo estudos filológicos, históricos, metafísicos, religiosos e literários. A tradução de M. Lucchesi ganhou o Prêmio União Latina nos anos 2000, e o Premio Speciale del Presidente della Repubblica Carlo Ciampi: Prometeo d’Argento, no mesmo ano.

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A TRÉGUA (1997)

Marco Lucchesi assina a tradução de A Trégua, a continuação de Primo Levi (1919 – 1987) para seu clássico É Isto Um Homem? Como se sabe, o autor italiano inscreveu seu nome entre os maiores escritores do século XX, a partir de sua experiência como prisioneiro e sobrevivente do terrível campo de extermínio de Auschwitz. Sua tremenda prosa literária tem a força expressiva das narrativas; a voz testemunhal alia-se ao trabalho da memória e da recriação da vida, nos limites máximos da dor e da destruição. Em tais termos, A Trégua narra sua longa e incrível viagem de volta para casa, depois da libertação de Auschwitz e do fim da guerra com a derrota dos nazistas. Numa Europa semidestruída, o autor e vários companheiros de estrada viajam sem destino pelo Leste até a URSS, premidos entre as ruínas da maior de todas as guerras e o absurdo da burocracia dos vencedores.

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ESBOÇO DO JUÍZO FINAL (1997)

Vittorio Alfieri (1749 – 1803) foi um dos maiores dramaturgos e poetas italianos de todos os tempos. Sua obra magna, Esboço do Juízo Final, publicada em língua portuguesa pela Lacerda Editores com tradução de Marco Lucchesi, traz ao leitor, sob forma teatral, uma ferina crítica de costumes, inspirada pelos escritos de Voltaire, Rousseau e Montesquieu, a qual sustenta uma inequívoca vocação iluminista e uma formidável reflexão sobre o homem e a sua posição na vida e no mundo. A um só tempo filosófica, literária, satírica e apaixonada, a escrita de Alfieri abraça uma gama política de amplos significados, denunciando, causticamente, como os vícios e misérias humanas podem ser infelizmente prolongados, disfarçados e tolerados por uma religiosidade burocrática, intimamente ímpia e alienante.

POEMAS À NOITE (1996)

Rainer Maria Rilke (1875 – 1926) e Georg Trakl (1887 – 1914) são dois poetas fundamentais do início do século XX, autores de uma obra que ainda reverbera na contemporaneidade, justamente por atravessá-la; justamente por ser atemporal. A presente antologia traz ao leitor as traduções de Marco Lucchesi para os referidos autores, sendo a de R. M. Rilke inédita, enquanto Georg Trakl havia sido previamente publicado, diante das lentes translativas de M. Lucchesi, em sua antologia Faces da Utopia (1992) – que também reunia traduções de sua lavra para poemas de Juan de la Cruz, Francisco Quevedo e Friedrich Hölderlin. O belo volume Poemas à Noite ganhou o Prêmio Paulo Rónai da Biblioteca Nacional na categoria Tradução, em 1996.

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UM COMBATE E OUTROS RELATOS (1996)

Enigmático escritor, o alemão Patrick Süskind publicou, em 1981 seu volume Drei Geschichten und Betrachtung, cuja tradução em português, Um Combate e Outros Relatos, ficou a cargo de Marco Lucchesi. O volume traz três contos que refletem, cada qual ao seu modo, o estilo inconfundível de Patrick Suskind – além de uma entrevista imaginária, em que o autor parodia o universo literário, pondo a nu muito do seu cinismo.

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A ILHA DO DIA ANTERIOR (1995)

Primeiro romance de Umberto Eco a receber tradução de Marco Lucchesi, A Ilha do Dia Anterior conta a história do jovem piemontês Roberto Pozzo de San Patrizio, que, durante uma missão secreta a serviço do cardeal Mazarino, tem seu navio Amarilli naufragado por uma forte tempestade nos mares do sul. Após dias sobre uma tábua salvadora, Roberto defronta-se com um navio deserto, o Daphne, abarrotado de objetos antigos, metais, obras de arte, e dá início a uma jornada de volta à época barroca – uma aventura solitária, encenada na memória do rapaz. Inventivo e surpreendente, A Ilha do Dia Anterior foi finalista do Prêmio Jabuti de Tradução de 1996; posteriormente, M. Lucchesi também realizou a tradução de Baudolino (2002), do mesmo autor.

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FACES DA UTOPIA (1992)

Com poemas de Juan de la Cruz (João da Cruz), Francisco Quevedo, Georg Trakl e Friedrich Hölderlin, todos traduzidos a partir de suas línguas de origem para o português por Marco Lucchesi, a antologia Faces da Utopia impressiona pelo alcance e pelos altos resultados atingidos, em crítica, poesia e tradução. Cada um dos poetas contemplados recebe um prefácio dedicado por críticos literários convidados, bem como um breve ensaio de seu próprio tradutor. Os poemas em si são apresentados em edição bilíngue, com o volume como um todo se apresentando trilingual (português, espanhol e alemão). Posteriormente e com revisões, o volume foi sucessivamente incluso nas antologias Poemas Reunidos (2001) e Domínios da Insônia: novos poemas reunidos (2018).

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PATMOS E OUTROS POEMAS DE HÖLDERLIN (1989)

Patmos e outros poemas de Hölderlin guarda a distinção de ter sido o primeiro volume de tradução poética publicado por Marco Lucchesi. Assim sendo, é muito significativo que o poeta contemplado tenha sido Hölderlin; suas relações com a filosofia, com a música e com a própria matéria da poesia constelam uma visão profunda e dedicada das possibilidades, alturas e abismos do ser humano. Em tal medida, a afinidade eletiva entre poeta e tradutor é imensa, e mesmo orientativa de muitos dos percursos posteriores do próprio M. Lucchesi. Posteriormente, em edição revisada, os poemas aqui reunidos foram republicados nas antologias Faces da Utopia (1992), Poemas Reunidos (2001) e em Domínios da Insônia: Novos Poemas Reunidos (2018).

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