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CORRESPONDÊNCIA PASSIVA

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À SOMBRA DA AMIZADE (2021)

O epistolário À Sombra da Amizade (2021) faz um comovente testemunho da longeva amizade entre Marco Lucchesi e Israel Pedrosa, celebrada em laços poéticos e inequivocamente alimentados por uma profunda afinidade eletiva. Esta publicação, organizada por Felipe Lima, reitera a decisão ética e editorial constante do delicado epistolário publicado entre Marco Lucchesi e a dra. Nise da Silveira (Viagem a Florença, 2001), onde apenas as cartas remetidas para o poeta foram publicadas para leitura. O procedimento visa jogar luzes unicamente no homenageado pela publicação – ali, a dra. Nise da Silveira, (1905 – 1999); aqui, o artista e pesquisador Israel Pedrosa, falecido em 1926 – 2016). O resultado é enternecedor; o constante afeto e a sensível admiração de Israel Pedrosa espelham a amabilidade e generosidade de Marco Lucchesi à nobre figura de seu amigo. O longo epistolário alcança entusiasmos e alegrias, bem como as dores íntimas de cada contemplado, entremeadas a passagens de emocionada defesa do poético e de seu valor transformante para o indivíduo – incluindo, aí, o leitor.

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A LONGA NOITE SÍRIA: UMA VOZ NO DESERTO (2015)

Em meados dos anos 1990, por conta de suas viagens ao Oriente Médio – ricamente testemunhadas na obra memorialística Os Olhos do Deserto (2001) –, Marco Lucchesi conheceu o padre jesuíta Paolo Dall’Oglio, com quem logo formou uma sólida e fraterna amizade. O presente epistolário A Longa Noite Síria: uma voz no deserto (2015) nos é prova do laço entre ambos. Paolo Dall’Oglio criou um centro dedicado à paz e ao diálogo na milenar comunidade de Deir Mar Musa, em pleno deserto sírio. Infelizmente, seus esforços humanitários se viram ameaçados com a intensificação da crise política na Síria, a partir de 2011. Com o terrível e radical acirramento das hostilidades, Dall’Oglio se viu expulso do país; não admitiu, contudo, refrear seus esforços pela paz. E assim, ao retornar às fronteiras sírias em 2013 para dar assistência aos refugiados, foi eventualmente capturado pelo Estado Islâmico, sendo dado como morto desde então. Este epistolário, relato de um compromisso político de esperança e de indignação, não deixa de ser, também, o testemunho de uma amizade e de uma humanidade em seu mais alto grau.

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VIAGEM A FLORENÇA (1999)

A presença de Nise da Silveira se estende, sensível, pela visão poética de Marco Lucchesi, e de maneira muito especialmente terna em seus primeiros livros. Tal é a força da formativa amizade que os uniu, da qual Viagem a Florença, este sutil e sublime epistolário, faz testemunho. Publicado como homenagem póstuma à dra. Nise da Silveira, falecida em 1999, e com organização e prefácio assinados por Marco Lucchesi, Viagem a Florença traz a delicadeza ético-editorial de manter somente publicadas as cartas remetidas pela dra. Nise ao seu jovem amigo; o objetivo de tal procedimento é concentrar as luzes na homenageada, ressaltando a sabedoria e a amabilidade que tão caracteristicamente marcavam seus atos e palavras, bem como sua ferina inteligência e seu indiscutível senso de humor. Evidentemente, contudo, o procedimento acaba nos contemplando também com uma bonita leitura, cheia de transparências, do próprio M. Lucchesi, ainda que sob as lentes delicadas de poesia e ternura de Nise da Silveira. E como resultado, uma profunda amizade se descortina, em páginas para o leitor.

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